O presidente da Fifa, Joseph Blatter, no primeiro dia do novo mandato, saiu pro ataque e desafiou as autoridades americanas e a Uefa - a Confederação Europeia de Futebol. Ele disse que não tem medo de ser preso.
Nas tranquilas montanhas suíças, ainda vai demorar para tremular a bandeira da paz. No primeiro dia do novo mandato, Joseph Blatter chegou a Fifa disposto a partir para o ataque e o primeiro alvo foram as autoridades americanas.
Numa entrevista à TV suíça, ele insinuou que as prisões dos dirigentes foram uma vingança dos Estados Unidos por terem perdido o direito de sediar a Copa de 2022 e uma tentativa de interferir no congresso da Fifa.
Na entrevista coletiva, ele manteve o tom e avisou aos adversários e críticos. "Eu perdoo, mas não esqueço as ofensas pessoais".
Blatter partiu para o ataque também contra a Uefa, a Confederação Europeia de Futebol.
"A Uefa não seria tão rica, se não fossem os jogadores de outros continentes", disparou Blatter.
"A Uefa não seria tão rica, se não fossem os jogadores de outros continentes", disparou Blatter.
Na eleição de sexta-feira (29), os europeus votaram majoritariamente contra ele. E o presidente da Uefa, o francês Michel Platini, pediu que Blatter deixasse a presidência.
Neste sábado, um pequeno troco. A América do Sul manteve o direito de disputar numa repescagem a sua quinta vaga para as duas próximas copas do mundo. A Uefa estava de olho nessa vaga.
Na primeira reunião do comitê executivo, o inglês David Gill não apareceu. Ele renunciou à cadeira no comitê porque se recusa a seguir trabalhando com Blatter. Numa nota, explicou que precisa zelar pela reputação profissional.
Outro integrante do comitê que não participou foi o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que antecipou a volta ao Brasil.
O brasileiro José Maria Marin, um dos sete dirigentes da Fifa presos em Zurique, está sendo acompanhado por advogado escolhido pela Confederação Sul-Americana de Futebol. Somente esse advogado tem acesso com Marin. Nem parentes nem outros dirigentes podem visitá-lo na cadeia. O secretário-geral da confederação, o argentino José Luis Meiszner, disse que, por causa da idade de Marin, 83 anos, o mais lógico é pedir a prisão domiciliar. Mas o Ministério da Justiça da Suíça não deu muitas esperanças.
Já houve outros casos como o do diretor de cinema Roman Polanski. Ele foi preso quando participava de um festival de cinema na Suíça, em 2009, por causa de um pedido de extradição dos Estados Unidos, onde Polanski foi condenado por sexo com uma menor. A justiça Suíça negou o pedido, mas enquanto aguardava a decisão, ele ficou em prisão domiciliar porque tinha um imóvel lá, uma exigência da lei Suíça.
Joseph Blatter foi bombardeado na entrevista com perguntas sobre as denúncias de corrupção na Fifa. Uma delas foi dura: “Tem medo de ser preso?”. “Preso?”, respondeu ele, “por que motivo?”.
Fonte: O Globo