Representantes de 50 países, entre os quais o Brasil, assinaram hoje (29) o acordo constitutivo do Banco Asiático de investimento em Infraestruturas (BAII), a primeira instituição financeira internacional proposta pela China. A assinatura, que demorou cerca de 40 minutos, aconteceu em um dos salões do Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim.
Um a um, por ordem alfabética, os representantes de cada país assinaram o acordo constitutivo do novo banco: a Austrália foi o primeiro e o Vietnã o último. Cinquenta e sete países de cinco continentes estão aprovados como membros fundadores do BAII, mas sete aguardam ainda a autorização interna, disse a imprensa oficial chinesa. O Brasil estava representado pelo seu embaixador na China, Valdemar Carneiro Leão.
O acordo terá ainda de ser ratificado pelos parlamentos dos países fundadores, mas até ao final do ano, o banco estará formalmente instituído, anunciou o ministro chinês das Finanças, Lou Jiwei. Depois da cerimônia, os chefes das delegações encontraram-se com o presidente chinês, Xi Jinping.
Visto inicialmente em Washington como um concorrente ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional, duas instituições sediadas nos Estados Unidos e habitualmente lideradas por norte-americanos e europeus, o BAII acabou por suscitar a adesão de mais de 20 países fora da Ásia, da Austrália à Alemanha. Das grandes economias mundiais, apenas os Estados Unidos e o Japão ficaram de fora.
O novo banco terá sede em Pequim e deverá funcionar ainda este ano com um capital de US$ 100 bilhões, cerca de 30% dos quais assegurados pela China.
Proposto em outubro de 2013 pela China, o projeto de criação do BAII foi formalmente apresentado há nove meses em Pequim com o apoio de 22 países asiáticos, entre os quais a Índia, que é o segundo maior investidor.
Num artigo publicado na semana passada no jornal China Daily, o ministro chinês das Finanças garantiu que o novo banco "adotará as boas práticas internacionais" e irá "operar de forma profissional, eficiente, transparente e limpa".
Segundo estimativas citadas na imprensa chinesa, as necessidades da Ásia-Pacífico no domínio das infraestruturas ao longo da próxima década serão de aproximadamente US$ 8 bilhões.
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