Mesmo achando importante trocar informações com especialistas de outros países, o Brasil precisa encontrar no próprio país as soluções para resolver os problemas pelos quais passa o futebol. A opinião é do treinador da seleção brasileira, Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga.
Para o técnico, a seleção é a ponta de uma pirâmide, por isso, é preciso pensar na estrutura desde a base. “Não podemos querer recuperar o edifício da parte de cima para baixo. Temos que recuperar a estrutura e aos poucos ir subindo”, disse. Dunga ressaltou que a seleção sempre será uma referência e que devemos buscar a forma brasileira de jogar, vencendo e se aprimorando.
Já Carlos Alberto Parreira, que treinou a seleção em várias ocasiões, em uma delas conquistou a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, defende que a primeira etapa a ser feita na recuperação do futebol brasileiro é cuidar dos clubes e da infraestrutura. Depois, tratar da capacitação dos treinadores e reformular o calendário das competições.
Na avaliação de Parreira, em função de um calendário cheio de jogos, os atletas sofrem um desgaste grande com competições nem sempre rentáveis”, e defendeu uma gestão mais profissional. “No ápice da pirâmide vem a seleção brasileira, que é produto disso tudo. Quando tudo isso funciona, lá em cima funciona bem”, disse.
Dunga e Parreira participaram hoje (6) na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, do primeiro encontro do Conselho de Desenvolvimento Estratégico do Futebol Brasileiro. Estiveram também da reunião os ex-treinadores Sebastião Lazzaroni e Paulo Roberto Falcão, além do experiente Mário Jorge Lobo Zagallo, considerado o mais vitorioso treinador da seleção.
Após o encontro, Dunga explicou que desde de quando era jogador gostava de conversar sobre futebol com técnicos experientes e hoje não foi diferente. “Nossa vida é o futebol e gostamos que o futebol brasileiro esteja sempre bem. Quando não é possível temos que buscar opções para melhorar”, indicou.
O atual treinador da seleção brasileira defendeu uma mudança também nos critérios de avaliação dos jogadores. Segundo ele, muitas vezes o atleta faz dois bons jogos e já é classificado como um jogador excepcional. “Temos que nos corrigir essa expectativa. Às vezes a gente dá uma responsabilidade para o jogador muito além do que ele está preparado naquele momento. Temos que ter muita paciência e tranquilidade na hora das nossas observações”.
Parreira elogiou a iniciativa da CBF de reunir técnicos experientes para analisar a restruturação do futebol brasileiro. “A gente tem que pensar no futebol brasileiro no curto, médio e longo prazo. O curto prazo é a eliminatória; o médio prazo, a Copa do Mundo e o longo prazo é o futebol brasileiro em si”.
Fonte: Agência Brasil
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado
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